PUM- rrrrrrr-pás
Digamos que o som foi mais ou menos assim, ou não, se calhar o som que mais se ouvia era a do meu pensamento: -" ai, tou lixada" ou, "ai, que meu pai me mata", "ai, que minha mãe me enterra" ou, fonike-se eu sei que não gostava muito do meu carro, mas também não era preciso isso..."
Pois é...lixaram me o carro! Tava parada para entrar na rotunda do Sr. Roubado, ( e eu estava na faixa da direita), no meu lado esquerdo encontrava-se um camião, daqueles que a gente quando é gente tem medo, muito medo... E eu tive medo...
Continuei parada, á espera da minha vez, ele avançou... mas o camião é muito pra frente e quiz levar com ele a porra do meu carro. Ai, amolgou-me a lateral...ai..., o pára- choques caiu, ai...
Foi a primeira vez que me tinha acontecido assim um acidente meu mas público. Entendêem me? As pessoas não paravam de olhar, de fazer caretas, de longe vinha um táxi, cujo o cliente aprontou-se logo a gritar: -"menina ponha o colete!" Ai.. e eu pus.
Eu devia estar pálida, branca, amarela, roxa, acho que na altura incorporei um espectro de cores fúnebres. Senti-me, epá senti-me uma bébe que queria carinho, que queria estar num berço a ouvir as mais belas canções de encantar...
Mas o condutor do carro foi impecável.
A polícia veio.
Nunca gostei de polícias, épa não perguntem porquê, aquela farda, aquele cacetete, aquela arma, não, não gosto. Mas foram uns queridos para mim.
Correu tudo, dentro do possível bem.
Fiz um teste de alcolémia, senti-me orgulhosa, resultado: 0,00. Ehhhh!
Mas o outro condutor também apresentou o mesmo resultado. Ohhhh!
Guida, sabias que também há pessoas com boas condutas?
É verdade!
Ainda não contei ao meu pai! Ai, ai, já me dói a pele mais profunda da alma.
Vou contar agora. Amanhã se não aparecer por aqui digam: PAZ Á SUA ALMA.
Hoje o dia doeu-me.